Cirurgia da Vesícula

Colelitíase (Pedras na Vesícula Biliar)

 

A vesícula biliar é uma pequena bolsa de armazenamento de bile localizada logo  abaixo do fígado, no lado direito do abdome e próximo às costelas. A bile é um líquido que auxilia principalmente na digestão dos alimentos gordurosos, sendo que durante esse armazenamento  ocorre um processo de concentração tornando a bile mais espessa. O desequilíbrio nesse processo, com alteração das concentrações de sais biliares e colesterol originam os cálculos biliares ou pedras na vesícula. A incidência na população em geral varia de 10-15%, sendo 4x mais frequente nas mulheres.

Sintomas 

Cerca de 70-80% dos pacientes com pedras na vesícula permanecem assintomáticos durante toda a vida, mas muitos pacientes desenvolvem sintomas sendo o mais comum a cólica biliar. A cólica biliar é uma forte dor do lado direito do abdome, abaixo das costelas, podendo ou não estar relacionada à ingestão de gorduras. Sintomas com dor abdominal inespecífica, náusea, vômito, mal estar, ëstufamento” e má-digestão também podem estar presentes.

 

Alguns pacientes podem apresentar sinais e sintomas referentes a complicações das pedras, às vezes até como primeiro sinal da doença.

Complicações

Segue abaixo as complicações mais comuns:

Colecistite Aguda

Ocorre quando na tentativa de esvaziamento da vesícula durante processo de digestão, uma pedra ou cálculo obstrui o canal de saída da vesícula (ducto cístico). A obstrução do infundíbulo da vesícula causa dor continua que dura em geral algumas horas e obriga o paciente a buscar atendimento médico de urgência para alívio da dor.

 

Coledocolitíase

A coledocolitiase (pedras no canal principal da bile) acontece quando uma pedra migra  e causa obstrução do canal principal da bile. Essa obstrução impede a drenagem da bile ao intestino, levando ao quadro chamado de icterícia, caracterizado pela coloração amarelada da pele e mucosas (incluindo o branco dos olhos). A obstrução pode levar a um quadro de dor intensa além de processo infeccioso grave que inclusive pode levar a morte.

 

Pancreatite Aguda

É a complicação mais temida das pedras na vesícula. Acontece quando há a migração da pedra para o canal principal da bile (ducto colédoco).  A impactação da pedra dentro do trajeto intrapancreático desse canal,  impede a adequada  drenagem das enzimas pancreáticas pelos ductos, levando a um quadro de inflamação do pâncreas. Casos leves requerem  internamento e jejum por cerca de 3 a 5 dias.  Casos graves têm até 50% de mortalidade.

Diagnóstico

Além dos sinais e sintomas que podem sugerir cálculos na vesícula, podemos utilizar exames de imagem para fechar o diagnóstico. A ecografia (ultrassonografia) é o mais prático e principal exame utilizado nesses casos.  Outros exames podem ser solicitados como tomografia de abdome, ressonância magnética, colangiografia e outros.

Tratamento

O tratamento mais comum é a colecistectomia, que é a retirada cirúrgica da vesícula biliar. Todos os pacientes sintomáticos devem ser operados devido ao risco de complicações. Sobre os pacientes assintomáticos existem ainda dúvidas sobre qual a melhor terapia, se esses pacientes devem ou não ser operados. O fato é que devido ao potencial de gravidade das complicações e a segurança da cirurgia, existe atualmente uma tendência em se indicar o procedimento cirúrgico mesmo nos pacientes assintomáticos.

Cirurgia da Vesícula Biliar 

Realizada por videolaparoscopia, a colecistectomia é a cirurgia para retirada da vesícula biliar . Conhecida como cirurgia dos “furinhos, “laser “, cirurgia sem cortes”, é realizada por  quatro micro-incisões de até 1cm proporcionando ao paciente excelente resultado estético, pouca dor pós-operatória e rápida recuperação com retorno precoce às suas atividades habituais.

Normalmente o paciente interna 1-2h antes da cirurgia e recebe alta já na manhã seguinte (em casos especiais existe a possibilidade de alta no mesmo dia). A cirurgia tem duração média de 20 a 30 minutos e é realizada com anestesia geral. Chegando ao quatro após a cirurgia e passado o período de recuperação anestésica, o paciente pode levantar-se, caminhar e ir ao banheiro. A alimentação é reiniciada algumas horas após a cirurgia.

Nos primeiros dias de pós-operatório recomendamos uma dieta pouco gordurosa, estimulando uma dieta saudável . O retorno às atividades de trabalho acontece dentro de 5-10 dias. Em longo prazo não é necessário mudança nos hábitos alimentares.

É importante ressaltar que a retirada da vesícula não causa nenhuma sequela ao organismo, uma vez que ela serve apenas para armazenamento. Ou seja, o paciente terá uma vida normal após a retirada da vesícula.

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